já fui e já vim (parte 1 de 2)
gente da minha terra (e não só)
volto a este registo pixelizado para os pôr ao corrente no inicio do novo ano.
recolhi ao ninho de oeiras, na sua vida débil em câmara lenta.
fui cumprimentar lisboa. um rebanho despersonalizado encaixotava-se em lojas à procura de, num aperto da carteira, conseguir comprar os presentes que faltam para o sobrinho, para os avós e para aquele primo novo por empréstimo que até não é mau rapaz e a miúda parece gostar mesmo dele.
"este ano corto nas tias avós que ja não percebem o dinheiro que se gasta, ou entao se der tempo ainda dou um salto ao bazar chinês antes de ir rechear o peru e compro uma treta qualquer!" - diz a mulher à amiga sem tirar os olhos da camisola que assenta bem no manequim esquelético.
arrastam-se à procura, de montra em montra num estado de sonolência consumista.
tento fintar as pessoas singulares, os grupos, a criança que corre e se cola ao vidro, os que param com os sacos entre as pernas para acender um cigarro, a amiga e a mulher que decide, no momento em que passo por ela, excluir as tias avós do plano de presentes 2005/2006...ou talvez não...
...
de repente, à entrada, volta o contrastante calor do aquecimento, um ano depois, o sorriso da familia, o peru e o seu já referido recheio, a batata que ladeia o bacalhau, a euforia, o vinho que sempre ajuda a soltar os músculos da cara. ainda o melaço das sobremesas não despegou do céu da boca e já se ouve o rasgar do papeis. quem não se lembra do prazer que isso dava em míudo?
("lá está" - pensa alguém - "destruído em 3 segundos o trabalho de 10 minutos dedicados à minuciosa acção de embrulhar, no serão de anteontem")
eu cá corri toda a gente a árvores! uma oliveira para ser mais exacto. cada família recebeu a sua para as plantarem num gesto estilo filme de domingo à tarde e ajudarem o país que ainda cheira a cinza.
e lá escorregou o natal. mais um. com biliões de minutos de azáfama preparativa e 8 horas de proveito.
em oito salas espalhadas por aí, revolve-se no estômago de oito pessoas, o nervoso da viagem a barcelona. o ano, mais um escorregadio, està a acabar...
volto a este registo pixelizado para os pôr ao corrente no inicio do novo ano.
recolhi ao ninho de oeiras, na sua vida débil em câmara lenta.
fui cumprimentar lisboa. um rebanho despersonalizado encaixotava-se em lojas à procura de, num aperto da carteira, conseguir comprar os presentes que faltam para o sobrinho, para os avós e para aquele primo novo por empréstimo que até não é mau rapaz e a miúda parece gostar mesmo dele.
"este ano corto nas tias avós que ja não percebem o dinheiro que se gasta, ou entao se der tempo ainda dou um salto ao bazar chinês antes de ir rechear o peru e compro uma treta qualquer!" - diz a mulher à amiga sem tirar os olhos da camisola que assenta bem no manequim esquelético.
arrastam-se à procura, de montra em montra num estado de sonolência consumista.
tento fintar as pessoas singulares, os grupos, a criança que corre e se cola ao vidro, os que param com os sacos entre as pernas para acender um cigarro, a amiga e a mulher que decide, no momento em que passo por ela, excluir as tias avós do plano de presentes 2005/2006...ou talvez não...
...
de repente, à entrada, volta o contrastante calor do aquecimento, um ano depois, o sorriso da familia, o peru e o seu já referido recheio, a batata que ladeia o bacalhau, a euforia, o vinho que sempre ajuda a soltar os músculos da cara. ainda o melaço das sobremesas não despegou do céu da boca e já se ouve o rasgar do papeis. quem não se lembra do prazer que isso dava em míudo?
("lá está" - pensa alguém - "destruído em 3 segundos o trabalho de 10 minutos dedicados à minuciosa acção de embrulhar, no serão de anteontem")
eu cá corri toda a gente a árvores! uma oliveira para ser mais exacto. cada família recebeu a sua para as plantarem num gesto estilo filme de domingo à tarde e ajudarem o país que ainda cheira a cinza.
e lá escorregou o natal. mais um. com biliões de minutos de azáfama preparativa e 8 horas de proveito.
em oito salas espalhadas por aí, revolve-se no estômago de oito pessoas, o nervoso da viagem a barcelona. o ano, mais um escorregadio, està a acabar...
(fim da parte 1)
6 Comments:
chico da outra terra,
que "nadal" ("natal" em catalão, barcelona não foi em vão!) tão bem reparado... pobres de nós quando formos tias-avós de alguém ocupado em encantar criaturas mais impressionáveis com estas épocas..!(colam os narizes nos vidros e tudo!) Connosco a tendência é ir gostando mais da parte em que ficamos com as bochechas vermelhas de tanto calor humano, luzinhas cintilantes, jantares recheados e criançada ansiosa...!
E depois?
E depois?
Venha a parte dois!
vieste e foste (rápido mas intenso).
nunca deixes de ir sempre que saibas que um dia vais querer voltar!
venha a 2 de 2!
e nem vos vi, mas tá-se bem!
"Viver com mil sorrisos" diz:
E de repente estavas cá... Alegria! Brincadeira! A casa estava cheia! E no meio de ceias recheadas de perus,embrulhos e família encontro o teu sorriso,um dos mil, mas quando é dirigido a mim fico encantada! É bom ver o sorriso aqui, ou lá, mas que está. É bom ver como és, como estás. E de repente já não estás... Estou ansiosa por ver o que vem depois. Quero já a parte dois!
O prazer que tenho em ler o que escreves...
Sinto como tu mas nao tenho essa arte que carregas desde pequenino e que tanto me enriquece.
sinto-me como o peru... entupido;)
entope mais que me das sabor!!
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